mardi 14 février 2012

UFMA desenvolve tintura para a prevenção e tratamento de inflamações na próstata


Em uma viagem para Barra do Corda, realizada há aproximadamente seis anos, a professora Doutora Teresinha Rêgo, que já desenvolvia medicamentos aproveitando a flora do Maranhão, descobriu através de alguns habitantes do município, muitos deles indígenas, que a planta conhecida popularmente como alfafa era usualmente utilizada no tratamento de inflamações de próstatas. A partir da informação, a curiosidade e o interesse da farmacêutica fizeram com que pesquisasse e estudasse a planta, até conseguir isolar o seu princípio ativo.
Desta viagem resultou a Tintura de Alfafa, cujo nome científico é Mendicago sativa. A tintura é preparada com álcool de cereais, água filtrada e com a planta in natura. O tempo de infusão das plantas no álcool é o que varia no preparo das tinturas, pois pode levar de 5 a 15 dias.
Após o desenvolvimento da tintura, a professora passou a indicá-la para o tratamento de prostatite (inflamações na próstata). Esta inflamação é comum e, segundo o livro “Conheça sua próstata”, 50% dos homens têm sintomas da prostatite em algum momento da vida. “Esta tintura também tem ação preventiva, o ideal era que todos os homens começassem a usá-la a partir dos 45 anos”, recomenda a professora.
Na produção de tinturas, Terezinha Rêgo conta que a UFMA tem uma vantagem. Ao contrário de outros órgãos que produzem fitoterápicos, o Herbário Ático Seabra desenvolve tinturas que não causam efeitos colaterais, como agressões ao fígado. “O segredo está na dosagem do teor de álcool, pois este deve levar em consideração a temperatura do local”, revela a professora, com a sabedoria de mais de 50 anos de trabalho.
 “O tratamento é demorado e deve ser contínuo, isso os diferencia dos medicamentos normais”, destaca a farmacêutica.

A Tintura de Alfafa está disponível no Herbário Ático Seabra, mesmo prédio onde a professora Terezinha Rêgo presta atendimento à população, no campus da UFMA, pelo valor de R$ 15,00 (quinze reais).

Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo

Atualmente coordena o pólo de Biodiversidade do Estado do Maranhão, em parceria com UFMA, FAPEMA e SEBRAE. Coordena o Programa de Fitoterapia da UFMA. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Morfologia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: fitoterapia, hortas medicinais, medicina popular pré-amazônia, etnobotânica espécies medicinais, farmacognóstica mangifera, fitogeografia e plantas medicinais.

Contatos:

Herbário – 21098525

e-mail: t.rego@elo.com.br



jeudi 2 février 2012

DETOX E SEUS BENEFÍCIOS

Detoxificação ou desintoxicação?

Todos os termos possuem o mesmo significado: eliminação de substâncias tóxicas, que ingerimos e que nosso organismo por excesso de consumo,  acumula. Substâncias, principalmente vindo de fármacos, alimentos industrializados e vegetais ricos em agrotóxicos precisam passar por alguns processos bioquímicos no nosso organismo para  ter capacidade de eliminação.
E um processo fisiológico, nosso organismo sempre vai realizá-lo.
A detox  é realizada por todas as células de todos os tecidos, mas principalmente pelo intestino (20%, aproximadamente) e no fígado entre 60 a 65%.
Então problemas de constipação intestinal, diarréias recorrentes ou problemas hepáticos, como a esteatose hepática, conhecida como “gordura no fígado, levam a um mediocre desempenhando dessa função.

Existem duas principais limitações:
Problemas genéticos que podem impedir ou dificultar a eliminação, ou quando o consumo é maior que a capacidade que nosso organismo tem de eliminação.
Os alimentos processados tem baixa qualidade nutricional e alta quantidade de adoçantes artificiais, corantes, acidulantes, conservantes entre outros;  quando consumidos em grandes quantidades é como se nosso organismo ficasse saturado de tal substância e não reconhecesse o excesso do mesmo.

Outros fatores aumentam o caráter tóxico do nosso organismo:
jejum, dieta de baixa caloria e qualidade nutricional, dieta pobre em proteínas, deficiência de vitaminas e minerais, dietas ricas em carboidratos e gorduras saturadas, cigarro, álcool, alimentos ricos em adoçantes, os artificiais, e intoxicação por metais tóxicos o que é mais comum do que imaginamos.

Como saber se estamos afetados por toxinas?
Múltiplas hipersensibilidades, ansiedade, tonturas, déficit de memória, concentração ruim, fadiga excessiva, queda de cabelos, unhas fracas, celulite, colesterol alterado, dores de cabeça/enxaqueca, desordens tireoidianas, dificuldade para emagrecimento entre outros sintomas/doenças. Consulte sempre um profissional capacitado para ter certeza e avaliar a origem do seu problema.

De fato, para a detox ser eficiente, não é tão simples assim.
A verdadeira detoxificação abrange 3 períodos onde vários grupos alimentares são eliminados e outros priorizados: glúten, leites e derivados, açúcar, café, qualquer alimentos processado, carnes vermelhas e em determinado período até oleaginosas, peixes e ovos.
Esse processo deve ser de no mínimo 21 e no máximo de 30 dias.

No nosso organismo, o processo de detoxificação compreende duas etapas, todas dependentes de nutrientes essenciais:
Fase I biotransformação ou bioativação .
Fase II .
Os nutrientes utilizados vão de vitaminas, minerais e antioxidantes, a probióticos, aminoácidos (glicina, cisteína, glutamina...) e alguns fitoterápicos (como a silimarina, dente-de-leão e alcachofra) para que as duas fases descritas anteriormente recebam todo o aporte nutricional suficiente para ser realizadas pelo seu organismo com sucesso.

O que comer?
Durante o processo de limpeza (“roto-ruter”) e eliminação de toxinas, precisamos priorizar o consumo de vegetais principalmente orgânicos, recorrer aos leites de arroz, de quinua ou castanha, cereais integrais, azeite, frutas e suco de frutas, chás, ervas entre outros.

Aliado a todo esse processo, para aumentar a capacidade de desintoxicação do nosso organismo e promover saúde e emagrecimento saudáveis e efetivos, é necessário também praticar atividades físicas,  sempre com supervisão de profissionais capacitados e autorização médica, drenagem linfática, diminuir a ingestão de medicamentos sem prescrição médica e consumir alimentos de preferência orgânicos que aumentem a capacidade de detoxificação do nosso organismo: couve, vegetais verdes escuros, limão, romã, alecrim, própolis, cúrcuma, frutas, chá verde água,  Sem ela, todo esforço será em vão.

Adicione esses alimentos diariamente e siga as dicas acima diminuindo a ingestão de susbstâncias químicas e verifique como seu organismo funcionará melhor. Sempre que possível, priorize os alimentos orgânicos e consuma suco de limão com hortelã, arroz integral com cúrcuma, salada de grãos com couve regado ao azeite extra virgem, chá de ervas...

Seu sistema de detoxificação e seu organismo sempre funcionarão bem e as doenças passarão bem longe de você.




Alimentação e Saúde Idéias e informações sobre alimentação e saúde

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Capítulo 8 – Polinésios Isolados e Modernizados

Publicado em 29 de agosto de 2011 por Guilherme

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Capítulo 8

Polinésios Isolados e Modernizados



As características da raça polinésia incluem: cabelo liso, feições ovais, uma natureza leve, alegre e físicos esplêndidos. Quando as ilhas do pacífico foram descobertas, os polinésios foram encontrados habitando as Ilhas Havaianas, as Ilhas Marquesas, o grupo Tuamotu incluindo o Taiti, as Ilhas Cook, as Ilhas Tongan e o grupo Samoan.



O primeiro grupo estudado era formado de pessoas das Ilhas Marquesas, que estão situadas a 9 graus sul de latitude e 140 graus oeste de longitude, aproximadamente 4.000 milhas (6,4 mil km) a oeste do Peru. Poucos, se é que algum, dos grupos raciais primitivos das Ilhas do Mar do Sul foram tão entusiasticamente exaltados pela sua beleza e excelente desenvolvimento físico pelos antigos navegadores. Hoje, a cárie dentária predomina. Eles relataram os marquesanos como sendo pessoas vívidas e felizes, em números de mais de cem mil nas sete principais ilhas deste grupo. Provavelmente em poucos lugares do mundo pode-se encontrar uma imagem tão dolorosa quanto a encontrada aqui. Um oficial do governo francês me disse que a população nativa havia diminuído para aproximadamente duas mil, como resultado principalmente da devastação pela tuberculose. Sérias epidemias de varíola e sarampo, por vezes, cobraram um preço alto. Em um grupo de aproximadamente cem crianças e adultos, eu contei dez que estavam muito magras e tossindo com sinais típicos de tuberculose. Muitos estavam esperando por tratamento em um consultório oito horas antes do horário de abertura. No passado, alguns dos nativos tinham corpos esplêndidos e belos semblantes e algumas das mulheres tinham belas feições. Eles são agora um grupo primitivo doente e moribundo. Um navio de troca estava no porto trocando farinha branca e açúcar pela copra deles. Eles haviam, em grande parte, parado de depender do mar para comida. Cárie dentária era rampante. À época do exame, 36,9 % dos dentes das pessoas usando alimentos permutados, em conjunto com plantas terrestres e frutas, haviam sido atacados por cáries. Os indivíduos vivendo totalmente de alimentos nativos eram poucos. Alguns dos antigos navegadores ficaram tão impressionados com a beleza e saúde dessas pessoas que eles relataram as Ilhas Marquesas como o Jardim do Éden.



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Capítulo 7 – Melanésios Isolados e Modernizados

Publicado em 23 de agosto de 2011 por Guilherme

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Capítulo 7

Melanésios Isolados e Modernizados



Já que a nossa tarefa era reunir dados para lançar luz sobre a causa da degeneração física moderna entre os grupos raciais humanos em várias partes do mundo, tornou-se necessário incluir nos estudos vários grupos vivendo nos climas quentes e úmidos dos trópicos. Novamente foi desejável obter contato com grupos altamente isolados e, assim, relativamente primitivos para comparação com grupos modernizados do mesmo grupo racial. De modo a realizar isto, foi feita uma expedição em 1934 para oito arquipélagos do Pacífico Sul para estudar grupos de melanésios e polinésios. Os melanésios descritos aqui viviam em Nova Caledônia e nas Ilhas Fiji.



Se os fatores que causam as degenerações físicas da humanidade são praticamente os mesmos em qualquer lugar, deveria ser possível encontrar uma causa comum em ação, independente de clima, raça ou ambiente.



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Capítulo 6 – Índios Norte-Americanos Primitivos e Modernizados

Publicado em 15 de agosto de 2011 por Guilherme

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Capítulo 6

Índios Norte-Americanos Primitivos e Modernizados



A natureza parece ter feito uma de suas demonstrações de larga escala, nas Américas, sobre o poder de adaptação de um único grupo racial às variações de clima estendendo-se desde as tórridas florestas dos trópicos ao Ártico. Os vários membros da raça índio americana parecem claramente ter vindo de uma origem comum. A rota pela qual eles alcançaram a América vindo da Ásia, como sugerido por antropólogos, foi pelo Estreito de Bering. Na última década, um engenheiro russo cruzou da Ásia à América pela capa de gelo do Mar de Bering, uma distância de noventa milhas (145 km). Se isto é possível agora, quão mais provável é que isso tenha sido possível em períodos mais antigos da história mundial, como, por exemplo, durante ou seguindo-se à última era do gelo, ou durante uma era do gelo anterior. O índio americano, assim, nos fornece uma oportunidade extraordinária de estudar ambas a capacidade de adaptação a ambientes diferentes e as variações que ambientes diferentes podem produzir em um único grupo racial. Que o índio de hoje não é, em geral, uma contraparte do residente nativo da época do descobrimento da América por Colombo, é claramente demonstrado ambos pelas evidências ósseas e pelos registros antigos.



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Capítulo 5 – Esquimós Isolados e Modernizados

Publicado em 8 de agosto de 2011 por Guilherme

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Chave para Localização dos Grupos Índios e Esquimós Examinados no Canadá

1. (Cleveland, Ohio)

2. Reservas Indígenas dos Seis Nações, Ontário

3. Reservas Indígenas dos Tuscarora, Nova York

4. Reserva Indígena North Vancouver, Colúmbia Britânica

5. Reserva Indígena Craigflower, Victoria, Colúmbia Britânica

6. Rio Skeena, Colúmbia Britânica

7. Ketchikan, Alasca

8. Wrangell, Alasca

9. Juneau, Alasca

10. Sitka, Alasca

11. Cordova, Alasca

12. Valdez, Alasca

13. Seward, Alasca

14. Anchorage, Alasca

15. Rio Stoney, Alasca

16. Sleet Mute, Alasca

17. Crooked Creek, Alasca

18. Napaimute, Alasca

19. Bethel, Alasca 20. Kokamute, Alasca

21. Ilha Bethel, Alasca

22. Holy Cross, Alasca

23. McGrath, Alasca

24. Eklutna, Alasca

25. Telegraph Creek, Colúmbia Britânica

26. Reserva Indígena Dease Lake, Colúmbia Britânica

27. McDames, Colúmbia Britânica

28. Liard, Colúmbia Britânica, Fronteira do Yukon

29. Edmonton, Alberta

30. Winnipeg, Manitoba

31. Reserva Indígena Broken Head, Manitoba

32. Posto Sioux, norte de Ontário

33. Ombabika, norte de Ontário

34. Toronto, Ontário

35. Reserva Loretteville, Quebec

36. Reserva Caughnawaga, Quebec

37. Vergennes, Vermont

38. Sanatório de Tuberculose Saranac, Nova York

39. Reserva Mohawk, Ontário



Capítulo 5

Esquimós Isolados e Modernizados



Durante a ascensão e queda de culturas históricas e pré-históricas que frequentemente deixam seus monumentos e artes seguindo-se uma a outra em sucessão no mesmo local; uma cultura, os esquimós, que vivem até hoje, nos dão um forte exemplo das pessoas da idade da pedra. A raça maya se foi, mas deixou seus monumentos. A raça índia está rapidamente mudando ou desaparecendo da América do Norte. A raça esquimó se manteve verdadeira ao tipo ancestral nos dando uma demonstração viva do que a natureza pode fazer ao criar uma raça apta a suportar por milhares de anos os rigores de um clima ártico. Como a raça índia, a esquimó prosperou enquanto não fosse atingida pelo contato com a civilização moderna; mas com ele, como com todos os primitivos, ela definha e morre.



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Capítulo 4 – Gaélicos Isolados e Modernizados

Publicado em 1 de agosto de 2011 por Guilherme

Ver Sumário do Livro Nutrição e Degeneração Física.



Capítulo 4

Gaélicos Isolados e Modernizados



Há tempos contam-se histórias sobre a excelente saúde das pessoas que vivem nas ilhas das Hébridas Exteriores. A fumaça fluindo pelos telhados de palha de suas “casas negras” adicionou estranheza à descrição de sua vida doméstica e seu ambiente estranho. Essas histórias incluíam uma descrição de seus dentes admiravelmente bons, seus físicos robustos e caracteres fortes. Eles, consequentemente, fornecem um excelente ambiente para um estudo que jogue luz no problema da causa das cáries e da degeneração física moderna. Estas ilhas posicionam-se costa afora do noroeste da Escócia, estendendo-se até uma latitude quase tão ao norte quanto a parte sul da Groelândia. Uma visão típica de suas pequenas casas de telhado de palha pode ser vista na Fig. 5.



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Suíços Isolados e Modernizados

Do Livro Nutrição e Degeneração Física.
Capítulo 3

Suíços Isolados e Modernizados

De modo a estudar a possibilidade de um maior valor nutricional nas comidas produzidas em altas elevações, como indicado por uma baixa incidência de morbidade, incluindo à cárie dentária, eu fui à Suíça e fiz estudos em dois anos consecutivos, 1931 e 1932. Era meu desejo encontrar, se possível, grupos de suíços vivendo em um ambiente físico tal que seu isolamento os forçaria a viver amplamente de alimentos produzidos localmente. Oficiais do governo suíço foram consultados quanto à possibilidade de encontrar pessoas na Suíça cujo isolamento físico fornecesse uma proteção adequada. Nos foi dito que as condições físicas que não permitiam às pessoas obter alimentos modernos nos impediria de chegar até eles sem dificuldades. Entretanto, devido à finalização do Túnel de Loetschberg, com onze milhas (17,7 km) de comprimento, e à construção de uma estrada de ferro que cruza o Vale Loetschental, pouco acima de uma milha (1,6 km) do nível do mar, um grupo de aproximadamente 2.000 pessoas se tornou facilmente acessível para estudo pouco antes de 1931. Praticamente todas as necessidades das pessoas no vale, exceto uns poucos itens como sal marinho, foram produzidas no vale por séculos.

Uma vista de cima do Vale Loetschental, apontando para a sua entrada, é apresentada na Fig. 1. As pessoas deste vale têm uma história que abrange mais de doze séculos. A arquitetura de suas construções de madeira, algumas das quais com muitos séculos, indica uma paixão pela estabilidade simples, adaptada para a praticidade e eficiência. Temas desenhados artisticamente, muitos dos quais com muitos séculos, estão entalhados profundamente nos pesados pilares de madeira, dentro e fora das construções. Elas são sempre expressões de devoção a valores culturais e espirituais em vez de valores materiais. Essas pessoas nunca foram conquistadas, embora muitos esforços tenham sido feitos para invadir seu vale. Exceto por uma fenda irregular pelo qual o rio desce ao Vale Rhone, o Vale Loetschental é quase completamente fechado por três altas cadeias de montanhas que estão geralmente cobertas de neve. Esta passagem poderia ser protegida com um pequeno grupo contra qualquer força de ataque já que deslizamentos artificiais poderiam ser facilmente liberados. A ocorrência natural desses deslizamentos faz a passagem pelo desfiladeiro perigosa, se não impossível, por meses do ano. De acordo com lendas antigas do vale, essas montanhas seriam o parapeito do universo e a grande geleira do vale, o fim do universo. A geleira é um braço do grande campo de gelo que se estende para oeste e sul da calota glacial de Jungfrau e Monch. As montanhas, entretanto, são raramente abordadas desta direção devido aos perigosos campos de gelo. A passagem para elas, com a qual os viajantes estão familiarizados, é por Interlaken a caminho dos vales de Lauterbrunnen ou Grindelwald.

Figura 1. O belo Vale Loetschental aproximadamente uma milha acima do nível do mar. Aproximadamente dois mil suíços vivem aqui. Até 1932 não havia acontecido nenhuma morte por tuberculose na história do vale.

Na altitude do Vale Loetschental, os invernos são longos e os verões curtos mas bonitos e acompanhados por um crescimento extraordinariamente rápido e abundante. Os campos ficam perfumados com flores dos Alpes, com violetas como as pansies, as quais florescem todo o verão em cores profundas.

As pessoas do Vale Loetschental formam uma comunidade de duas mil pessoas, que tem sido um mundo fechado. Eles não têm médicos ou dentistas porque há muito pouca necessidade deles; eles não têm policiais ou cadeias porque não há necessidade deles. O vestuário é feito em teares caseiros a partir da lã de suas ovelhas. O vale produz não somente tudo necessário ao vestuário, mas praticamente tudo necessário à alimentação. É um feito do vale produzir algumas das melhores constituições físicas humanas em toda a Europa. Isto é atestado pelo fato de que muitos da famosa guarda suíça do Vaticano em Roma, que são a admiração do mundo e o orgulho dos suíços, foram selecionados deste e de outros vales alpinos. É a ambição de todo garoto de Loetschental ser um guarda do Vaticano. Apesar do fato da tuberculose ser a doença mais séria da Suíça, de acordo com um relato dado a mim por um oficial do governo, um relatório de inspeção recente do vale não encontrou um único caso. Eu fui ajudado em meus estudos na Suíça pela excelente cooperação do reverendo John Siegen, o pastor da única igreja neste belo vale.

O vale tem um ótimo sistema educacional que alterna didática e trabalho prático. Todas as crianças frequentam a escola seis meses por ano e usam os outros seis meses ajudando com a agricultura e com a indústria de laticínios na qual jovens e velhos de ambos os sexos devem trabalhar. O sistema escolar está sob direta supervisão da igreja católica e o trabalho é bem feito. Às garotas também é ensinado tecelagem, tingimento e confecção de roupas. A manufatura da lã e vestuário é o principal trabalho de casa para as mulheres no inverno.

Nenhum caminhão nem mesmo cavalos e carroças, quem dirá tratores, estão disponíveis para portar as cargas acima e abaixo das laterais das montanhas. Isso é tudo feito nas costas das pessoas para o qual o coração delas se faz especialmente forte.

Nós estamos principalmente interessados aqui com a qualidade dos dentes e o desenvolvimento dos rostos associados com tais corações esplêndidos e excepcional estrutura corporal. Eu fiz estudos de adultos e de garotos e garotas em crescimento, durante o verão de 1931, e fiz preparativos para ter amostras de alimentos, especialmente laticínios, enviadas para mim umas duas vezes por mês, verão e inverno. Esses produtos foram testados por seus conteúdos de vitaminas e minerais, particularmente ativadores lipossolúveis. As amostras mostraram ser altas em vitaminas e muito maiores que a média das amostras dos laticínios comerciais na América e Europa, e em áreas mais baixas da Suíça.

O feno é cortado para alimentar o gado no inverno, e esse feno cresce rápido. O feno provou, em análise química em meu laboratório, estar muito acima da qualidade média de pastos e forragens. Quase toda família tem cabras, vacas ou ambas. No verão, o gado busca pastagens altas e segue a neve que retrocede, o que deixava o vale abaixo livre para a colheita do feno e centeio. Ao preparar a safra de centeio do próximo ano, o solo é revirado à mão, já que não há arado nem animal de carga para arrastar o arado. Uma quantidade limitada de produtos de jardim é cultivada, principalmente alimentos verdes para uso no verão. Enquanto as vacas passam o verão quente nas colinas verdejantes e nos declives com árvores próximos às geleiras e campos de neve eterna, elas têm um período de alta e rica produtividade de leite. O leite constitui uma importante parte da colheita de verão. Enquanto os homens e garotos juntam o feno e centeio, as mulheres e crianças vão em grandes números com o gado coletar o leite, fazer e armazenar queijo para uso no inverno seguinte. Esse queijo contém a gordura e os minerais naturais deste excelente leite e é virtualmente um celeiro de vida para o inverno seguinte.

Do Dr. Siegen, eu aprendi muito sobre a vida e costumes dessas pessoas. Ele me disse que eles reconhecem a presença da divindade nas qualidades vitalizantes da manteiga feita em junho quando as vacas chegaram para pastar próximo as geleiras. Ele junta as pessoas para agradecer ao bondoso pai pela evidência de seu ser nas qualidades vitalizantes da manteiga e queijo feitos quando as vacas comem a grama próxima à linha de neve. Esse programa de reverência inclui acender um pavio em uma tigela da primeira manteiga feita após as vacas terem alcançado as férteis pastagens de verão. Este pavio é queimado em um santuário especial construído para este propósito. Os nativos do vale são capazes de reconhecer a qualidade superior de sua manteiga de junho, e, sem saber exatamente porque, prestam a sua devida homenagem.

A alimentação das pessoas do Vale Loetschental, particularmente a dos garotos e garotas em crescimento, consiste em grande parte de uma fatia de pão de centeio integral e um pedaço do queijo feito no verão (quase tão grande quanto a fatia de pão), que são comidos com leite fresco de vacas ou cabras. Carne é comida por volta de uma vez por semana. À luz de nosso novo conhecimento de substâncias ativadoras, incluindo vitaminas e os valores relativos dos alimentos para suprir minerais para construção do corpo, fica claro porque eles têm corpos saudáveis e dentes sadios. A média total de ativadores lipossolúveis e de ingestão mineral de cálcio e fósforo dessas crianças excede em alto grau aquele da ingestão diária da criança americana média. O vigor da vida infantil permite às crianças brincar e se divertir de mãos e pés nus mesmo na água que escorre da geleira na brisa fria do fim de tarde, em clima que nos faria vestir nossos sobretudos, luvas e abotoar nossos colarinhos. De todas as crianças no vale ainda usando a dieta primitiva de pão de centeio integral e laticínios, o número médio de cavidades por pessoa foi 0,3. Em média, foi necessário examinar três pessoas para encontrar um dente permanente ou de leite com defeito. As crianças examinadas tinham entre sete e dezesseis anos.

Se alguém tiver sorte o suficiente para estar no vale no começo de agosto e testemunhar a seriedade com a qual as pessoas celebram seu feriado nacional, ele será privilegiado com uma visão a ser lembrada. Essas celebrações acabam com a junção dos alpinistas em vários penhascos e proeminências onde grandes fogueiras são acesas a partir de combustível que foi acumulado e montado em uma enorme pilha para fazer uma tocha gigantesca. Essas fogueiras são acesas em uma determinada hora de ponta a ponta do vale em toda sua extensão. Cada alpinista em um precipício distante, vendo as luzes, sabe que os outros estão sinalizando a ele que eles também estão fazendo sua sagrada consagração em música que diz “um por todos e todos por um”. Esse tema foi consolidado com ações e se tornou uma parte da alma das pessoas. Pode-se entender porque portas não precisam ser trancadas no Vale Loetschental.

Quão diferente o valor da vida e alcance de tais almas daquelas em muitos lugares do assim chamado mundo civilizado, no qual pessoas se degradaram ao ponto em que a vida não tem importância em valores que não possam ser medidos em ouro ou riquezas, os quais seriam obtidos mesmo que a vida da pessoa sendo enganada ou roubada fosse assim aleijada ou extinta.

Pode-se imediatamente ponderar se não existe algo nas vitaminas e minerais vitalizantes dos alimentos que constrói não somente ótimas estruturas físicas dentro das quais suas almas residem, mas constrói mentes e corações capazes de um tipo maior de humanidade no qual os valores materiais da vida ficam em segundo quanto ao caráter individual. Nos capítulos seguintes nós veremos evidências de que este é o caso.

Nossa busca tem sido feita por informação relativa à saúde do corpo, a perfeição dos dentes e a normalidade do desenvolvimento de rostos e arcadas dentárias, de modo que nós devemos, pela análise dos alimentos, aprender o segredo de tal construção de corpos esplêndidos, e aprender das pessoas do vale como a alimentação de todo grupo de pessoas possa ser reforçado, de modo que eles também possam se livrar da doença mais universal da humanidade, a cárie dentária e suas sequelas. Esses estudos incluem não somente o exame físico dos dentes, fotos das pessoas, gravações de dados volumosos, a obtenção de amostras de alimentos para análises químicas, a coleta de informações detalhadas a respeito dos cardápios diários, mas também a coleta de amostras de saliva para análise química. A análise química da saliva foi usada para testar meu procedimento recém desenvolvido para testar o nível de imunidade à cárie dentária para uma pessoa em um determinado momento. Este procedimento é descrito nos capítulos seguintes. As amostras de saliva foram preservadas pela adição de formalina equivalente em quantidade a um por cento da amostra de saliva.

Essas crianças irão, é esperado, ser reexaminadas em anos subsequentes, de modo a fazer estudos comparativos dos efeitos das mudanças nos programas de alimentação local. Algumas dessas mudanças já estão em curso. Há, agora, uma moderna padaria distribuindo pão branco e muitos produtos de farinha branca, a qual estava em plena operação em 1932.

Eu questionei muitas pessoas quanto ao distrito mais favorável no qual pudesse fazer mais estudos de grupos de pessoas vivendo em isolamento protegido pelo ambiente físico e decidi estudar alguns vales alpinos especialmente altos entre o Vale Rhone e a Itália, que incluí em 1932. O Cantão de Valais é delimitado por pessoas de língua francesa no oeste, de língua italiana no sul e de língua alemã no leste e norte. Eu tive como guias e intérpretes em Valais, o Dr. Alfred Gysi e também o Dr. Adolf Roos em parte do território.

Nossa primeira expedição foi no Vale Visp, que é um grande desfiladeiro que se estende ao sul do rio Rhone; dividido em dois desfiladeiros, um indo à cidade de Saas Fee e o outro aos arredores do Matterhorn, que é uma elevação em forma de espiral que se estende acima das montanhas cobertas de neve à sua volta e é vista com superioridade em todas as direções como um dos mais poderosos e mais sublimes espetáculos no mundo. Foi uma das últimas montanhas da Europa a ser escalada pelo homem. Você não viu toda a majestade dos Alpes se não viu o Matterhorn.

Nós deixamos a estrada de ferro da montanha, que alcança muitos dos postos com um sistema de engrenagens, na cidade de St. Nicholas e escalamos a trilha da montanha até um assentamento isolado, na margem leste do rio Mattervisp, chamado Grachen, em uma jornada de cinco horas. O assentamento fica em uma plataforma alta acima do lado leste do rio onde fica exposto à luz do sol que vem do sul e desfruta de um isolamento único devido à sua inacessibilidade física. Um exame feito das crianças nesta comunidade mostrou que somente 2,3 dentes da cada centena haviam sido atacados por cáries.


O vigor das pessoas foi esplendidamente ilustrado por uma mulher de 62 anos que carregava uma enorme carga de centeio em suas costas em uma altitude acima dos 5.000 pés (1,5 km). Nós a encontramos mais tarde, conversamos com ela e descobrimos que ela era extraordinariamente bem desenvolvida e bem preservada. Ela nos mostrou seu neto, que exibia desenvolvimento físico e facial excelentes.


Figura 2. Por séculos os nativos moeram seu centeio neste tipo de moinho manual. Este forno comunitário para pão de centeio integral vai resistindo.

O centeio é tão precioso que, quando carregado, seu topo é protegido amarrando-se uma lona para que nenhum grão seja perdido. O centeio é batido à mão e triturado em moinhos de pedra, que eram, antigamente, girados manualmente como o apresentado na Fig. 2. Recentemente turbinas a água foram instaladas. O poder da água é abundante e a moagem é feita pelas pessoas do lado da montanha nesses moinhos movidos a água. Somente se dispõe de farinha de centeio integral. As famílias usam turnos para utilizar o forno comunitário apresentado na Fig. 2. Um suprimento mensal de pão de centeio integral é assado de uma só vez por cada família.

Aqui novamente as vacas se afastavam em pleno verão, pastando até perto das geleiras. Grachen tem uma altitude de aproximadamente 5.000 pés (1,5 km). A igreja em Grachen foi construída muitas centenas de anos atrás. Nos foi mostrado um certificado de honra e privilégio em relevo concedido a um grupo de aproximadamente 120 pessoas que originalmente ergueram a construção. Nos foi dada valorosa assistência pelo padre local e nos foi fornecido instalações em suas salas espaçosas e bem arrumadas para fazermos nossos estudos das crianças.

De Grachen nos retornamos para St. Nicholas e procedemos de lá por trem, vale abaixo e então por outra subida íngreme, exigindo muitas horas, ao vilarejo de Visperterminen, no lado leste da montanha acima do rio Visp, e abaixo da junção entre Mattervisp e Saasvisp. Essa comunidade é formada por aproximadamente 1.600 pessoas vivendo em uma alta plataforma protegida acima do rio do vale. A vista desta posição é indescritivelmente bonita. Ela fica pouco abaixo da linha onde as árvores param de crescer nesta e nas montanhas da volta. Picos majestosos cobertos de neve e montanhas íngremes pontilham o horizonte e fazem sombra sob os precipícios tortuosos que marcam o curso de rios itinerantes muitos mil pés abaixo de nossa posição privilegiada. É um lugar para parar e refletir.

A gradação do clima varia no verão de uma temperatura tropical em recantos protegidos durante o dia até temperaturas abaixo de zero com nevascas extremas à noite nas montanhas altas. É um lugar onde a perseverança humana pode ser ajustada para receber todas as vicissitudes da vida.

A vila consiste de um grupo de chalés com design caracteristicamente suíço agrupados em um lado da montanha. A igreja se destaca como um farol, visível das montanhas em todas as direções. Visperterminen é única em muitos aspectos. Apesar de sua relativa proximidade com a civilização – fica a somente umas poucas horas de viagem até a passagem para o Vale Rhone – ela desfrutou de isolamento e oportunidade de manter suas características de vida social e civil primitivas. Nós fomos recebidos aqui pelo presidente da vila que gentilmente abriu a escola e enviou mensageiros para fazer as crianças da comunidade prontamente virem à escola de modo que pudéssemos fazer os estudos que desejávamos. Este estudo incluiu fazer um exame físico dos dentes e do desenvolvimento geral das crianças, particularmente dos rostos e das arcadas dentárias, fazer registros fotográficos, obter amostras de saliva, como em outros lugares e também a criação de um estudo detalhado da alimentação. Além disso, nós obtivemos amostras de alimentos para análise química.

As pessoas de Visperterminen têm a honra especial de possuir terras na parte baixa da montanha na qual eles mantêm vinhedos para abastecer de vinho sua região. Eles têm os vinhedos mais altos da Europa. Eles crescem em margens que frequentemente são tão íngremes que até nos perguntamos como os agricultores e coletores conseguem manter firmeza no terreno precário e irregular. Cada terreno tem uma vala próxima ao muro de contenção mais baixo para juntar o solo que é levado pela água, este solo é então carregado em cestas até o limite superior do terreno. Isto é tudo feito com trabalho humano. Os vinhedos forneceram a eles os nutrientes adicionais do vinho e dos minerais e vitaminas das frutas que os dois grupos que estudamos em Loetschental e Grachen não dispunham.

Essa alimentação adicional é de importância devido à oportunidade de obter vitamina C. É de interesse particular no estudo da incidência da cárie dentária em Visperterminen que esses fatores adicionais não geraram uma maior imunidade à cárie dentária, nem uma melhor condição de saúde da gengiva do que os previamente encontrados. A cada cem dentes examinados, 5,2 apresentaram ter sido atacados em algum momento por cáries. Aqui novamente a alimentação consistia de centeio, usado quase que exclusivamente como o único cereal; de laticínios; de carne aproximadamente uma vez por semana e também de um pouco de batatas. Alimentos verde limitados eram comidos durante o verão. O costume geral é preparar uma ovelha e distribuir para um grupo de famílias, provendo assim cada família com ração de carne para um dia na semana, geralmente no domingo. Os ossos e restos são usados para fazer sopas que são servidas durante a semana. A crianças têm leite de cabra no verão quando as vacas estão longe nas pastagens mais altas próximo à linha de neve. Certos membros da família vão para as pastagens mais altas com as vacas para fazer queijo a ser usado no inverno seguinte.

O problema de identificação das vacas e cabras para estabelecer propriedade individual é considerável já que os animais de todos pastam juntos. Foi interessante para nós observar como esse problema é resolvido. O presidente da vila tem o que é chamado de “tessel”, uma corda com miniaturas imitando gado ou cabras feitas de madeira e couro. Cada dono de rebanho deve providenciar uma miniatura a ser deixada sob guarda do presidente da vila para ser registrada. A miniatura carrega as marcações individuais que o membro da comunidade concorda em colocar em todos os membros de seu rebanho. A marcação pode ser um furo perfurado na orelha esquerda, um corte na orelha direita ou qualquer combinação de marcações desejadas. Dali em diante todos animais portando a marca são de propriedade da pessoa que a registrou, similarmente, qualquer animal que não tenha esses símbolos de identificação individuais não pode ser reivindicada por ele.

Assim como nos colocamos em profunda admiração ante o vigoroso porte físico e alto caráter moral desses robustos montanheses, nos impressionamos pelos tipos superiores de homens, mulheres e crianças que a natureza consegue produzir tendo uma dieta e um ambiente adequados. Certamente, aqui há evidência suficiente para responder a questão sobre se os cereais devem ser evitados devido a produzirem ácidos no corpo que se mal formados seriam a causa da cárie dentária e de muitos outros males incluindo a acidez do sangue ou da saliva. Certamente, o controle último será encontrado no laboratório da natureza, onde o homem ainda não foi capaz de se intrometer o suficiente com o programa nutricional da natureza para destruir a humanidade com alimentação anormal e sintética. Quando já se observou por dias a vida das crianças naquelas altas reservas alpinas de grande humanidade; quando já se comparou essas pessoas com os rostos magros, pálidos e até mesmo deformados e corpos distorcidos que são produzidos pela nossa civilização moderna e sua dieta; e quando já se comparou a beleza insuperável dos rostos das crianças que se desenvolveram tendo alimentos primitivos da natureza com a variedade de crianças da civilização moderna com seus desenvolvimentos faciais defeituosos, nos encontramos cheios de um desejo ardente de ver essas melhorias ao alcance da civilização moderna.

Por vez e mais vez nós tivemos a experiência de examinar um jovem ou uma jovem e descobrir que em algum período de sua vida, cárie dentária foi rampante e de repente parou; mas que durante a crise algum dente foi perdido. Quando perguntamos tais pessoas se elas haviam saído das montanhas e em que idade, elas geralmente respondem que aos dezoito ou vinte anos eles foram para esta ou aquela cidade e ficaram por um ano ou dois. Elas afirmaram que nunca haviam tido um dente cariado antes de saírem ou depois de voltarem, mas que perderam algum dente no curto período longe de casa.

Neste ponto de nossos estudos, Dr. Roos teve de voltar, mas Dr. Gysi nos acompanhou ao Vale Anniviers, que também fica no lado sul de Rhone. O rio do vale, o Navizenze, flui da alta fronteira entre Suíça e Itália em direção norte para o rio Rhone. Aqui novamente tivemos a extraordinária experiência de encontrar comunidades próximas, uma abençoada com alta imunidade à cárie dentária e outra atingida por cárie dentária rampante.

A vila de Ayer fica em um belo vale bem acima em direção às geleiras. Ela é em grande parte primitiva, embora uma estrada governamental tenha recentemente sido construída, a qual, como muitas das novas vias, tornou possível despachar proteção militar quando e se fosse necessário para qualquer comunidade. Neste belo vilarejo, até recentemente isolado, encontramos uma alta imunidade à cárie dentária. Somente 2,3 dentes de cada centena examinados haviam sido atacados por cáries. Aqui novamente as pessoas viviam de centeio e laticínios. Nos perguntamos se a história irá se repetir nos próximos anos e se aqui também esta invejável imunidade se perderá com o advento da auto-estrada. Geralmente, não é muito após túneis e estradas serem construídas que carros e vagões entram com alimentos modernos, os quais começam seu trabalho destrutivo. Este fato foi tragicamente demonstrado neste vale já que uma estrada foi estendida até Vissoie muitos anos atrás. Nessa vila, alimentos modernos ficaram disponíveis por algum tempo. Se podia, provavelmente, caminhar a distância de Ayer a Vissoie em uma hora. O número de dentes que se descobriu atacados por cáries para cada centena de dentes de crianças examinadas em Vissoie foi de 20,2 quando comparado com 2,3 de Ayer. Nós tivemos aqui uma oportunidade excelente de estudar as mudanças que ocorreram nos programas alimentares. Com a vinda dos transportes e novos mercados, foram enviados farinha branca, equipamentos para uma padaria fazer produtos de farinha branca, frutas altamente adoçadas como compotas, marmeladas, geléias, açúcar e caldas – todos para serem trocados pelos laticínios cheios de vitaminas produzidos localmente e pelo queijo e centeio cheios de minerais; e com a troca haveria dinheiro suficiente de lucro para permitir a compra de roupas feitas à maquina e várias novidades que logo se transformariam em necessidades.

Cada vale ou vila tem seus próprios dias de banquetes especiais com competições atléticas como evento principal. O banquete no passado era amplamente baseado em laticínios. Aos atletas eram fornecidas grandes tigelas de creme por ser uma das bebidas mais populares e saudáveis e queijo especial era sempre disponibilizado. Praticamente não se usava vinho por uvas não crescerem no vale e por séculos o isolamento das pessoas impediu acesso a muito do material para fazer vinho. Na comunidade Visperterminen, entretanto, os vinhedos especiais dessas pessoas no nível mais baixo da lateral da montanha forneciam suco de uva em vários estágios de fermentação e seus banquetes no passado haviam sido celebrados com o uso de vinhos de excelentes safras assim como com o uso de creme e outros laticínios. Seus produtos a base de creme tomavam o lugar de nosso moderno sorvete. Foi um fato de profunda atenção o presidente de Visperterminen ter nos mostrado as canecas que eram usadas na comunidade havia nove ou dez séculos. O cuidado com estas era uma das muitas responsabilidades do chefe executivo do vilarejo.

É relatado que praticamente todos os crânios exumados no Vale Rhone e, de fato, por praticamente toda a Suíça onde houvessem túmulos com mais de cem anos apresentam dentes relativamente perfeitos; ao passo que os dentes de pessoas recentemente enterradas estão perfurados por cáries ou perdidos devido à doença. Vale notar que cada igreja geralmente tem associada a si um cemitério no qual os túmulos são mantidos decorados, geralmente com belos arranjos de flores frescas ou artificiais. É dito que membros de sucessivas gerações de famílias são enterrados um em cima do outro até uma profundidade de muitos pés. Então, após um número suficiente de gerações ter tido a honra, seus corpos são exumados para dar lugar a gerações atuais e futuras. Esses esqueletos geralmente são preservados com honra e deferência. Os ossos são empilhados em porões de certas construções da edificação da igreja, com a face dos crânios voltadas para fora. Esses porões geralmente formam uma parede sólida de considerável extensão. Em Naters existe um grupo que dizem conter 20.000 esqueletos e crânios. Eles foram estudados com grande interesse como também o foi uma pequena coleção ligada à catedral em Visp. Embora muitos dos dentes que tinham uma única raiz reta tenham sido perdidos em manuseio, muitos foram preservados. É importante notar que somente uma pequena porcentagem de dentes havia tido cáries. Dentes que haviam sido atacados por cáries profundas haviam desenvolvido abcessos em ápice com consequente destruição dos processos alveolares. Evidências dessa mudança no osso eram imediatamente visíveis. Entretanto, os encaixes dos dentes faltosos ainda apresentavam paredes contínuas indicando que os dentes estavam vivos no momento da morte da pessoa.

O leitor dificilmente irá acreditar ser possível que tais diferenças acentuadas no formato do rosto, na forma das arcadas dentárias e na condição de saúde dos dentes como as que são percebidas ao passar dos baixos vales e cidades planas altamente modernizados na Suíça aos vales altamente isolados possam existir. A Fig. 3 apresenta quatro garotas com típicas arcadas dentárias amplas e arranjo regular dos dentes. Elas nasceram e cresceram no Vale Loetschental ou outros vales isolados da Suíça que fornecem a excelente nutrição que temos analisado. Pouco lhes foi ensinado sobre o uso de escovas de dente. Seus dentes têm depósitos típicos de bocas não escovadas; ainda assim, elas estão quase completamente livres de cáries, assim como os outros indivíduos do grupo que elas representam. Em um estudo de 4.280 dentes de crianças desses vales altos, descobriu-se que somente 3,4 % haviam sido atacados por cáries. Isto entra em contraste evidente com as condições encontradas nos locais modernizados que utilizam a comida moderna.

Em Loetschental, Grachen, Visperterminen e Ayer, nós encontramos comunidades de nativos suíços vivendo quase que exclusivamente de alimentos produzidos localmente, que consistiam do cereal, centeio, e do produto de origem animal, leite, em suas várias formas. Em Vissioie, com sua alimentação moderna disponível, houve uma mudança completa no nível de imunidade à cárie dentária. É importante que sejam feitos estudos em outras comunidades que correspondam em altitude com os primeiros quatro locais estudados nos quais houve uma alta imunidade à cárie dentária. Alimentos modernos devem estar disponíveis nas novas comunidades selecionadas para estudo comparativo. Para encontrar tais locais, poderia-se pensar naturalmente naqueles locais famosos mundialmente como resorts de saúde, que disponibilizam as melhores coisas que a ciência moderna e a indústria podem juntar. Certamente St. Moritz seria tal lugar. Está situada na parte sudeste da República da Suíça, próxima à nascente do Danúbio na parte superior do Engadin. Esta estação de águas mundialmente famosa atrai pessoas de todos os continentes para melhorar a saúde no inverno e no verão, para aproveitar os lagos das montanhas, picos cobertos de neve, encostas de montanhas cobertas de árvores e atmosfera cristalina com luz solar abundante.

Figura 3. Estrutura normal do rosto e arcadas dentárias quando uma alimentação adequada é fornecida para os pais e para a criança. Note as narinas bem desenvolvidas.

A jornada do Cantão de Valais à parte superior do Engadin leva ao Vale Rhone, escalando continuamente para passar acima de cascatas e belas quedas d’água até chegar à grande geleira Rhone que bloqueia o fim do vale. A água brota de baixo da montanha de gelo para se tornar o fluxo pai do rio Rhone que passa em direção oeste pelo Vale Rhone recebendo afluentes de fluxos originários de neve das bacias hidrográficas do norte e do sul e circula para o oeste ao belo lago Geneva e então avançando para oeste e sul até o Mediterrâneo.

É importante o estudo da vida infantil no Vale Rhone feito por oficiais suíços e relatado pelo Dr. Adolf Roos e seus associados que mostra que praticamente todas crianças tiveram cárie dentária e a maioria das crianças tiveram cárie dentária em uma forma grave. Às pessoas deste vale é fornecido transporte ferroviário adequado para levar até si os luxos do mundo. À medida que vamos ao leste pela passagem por Andermatt, nos é lembrado que os trens do túnel St. Gotthard passam trovejando pela montanha uma milha abaixo de nossos pés em direção à Itália. Para alcançar nosso objetivo, a bela cidade moderna e resort de verão, St Moritz, nós entramos na região do Engadin, famosa pela sua beleza e atmosfera cristalina. Nós já sabemos alguma coisa da beleza que nos aguarda e a qual atrai os que buscam diversão e amantes da beleza do mundo de St. Moritz. Dificilmente se esperaria ver uma cidade tão moderna quanto St. Moritz em uma altitude de pouco mais de uma milha, com pouco mais para atrair as pessoas do que seu clima no inverno e no verão, o magnífico cenário e a atmosfera clara. Nós passamos das comunidades onde quase todos vestem roupas caseiras para uma de casacos de passeio ingleses e dos mais elegantes trajes femininos. Todos mostram os efeitos do contato com a cultura. Os hotéis com sua mobília e visual lembram os de Atlantic City. Imediatamente se vê que aqui alguma coisa está diferente das localidades primitivas: as crianças não têm as feições esplendidamente desenvolvidas e as pessoas não dão evidência da ótima reserva física que está presente nas comunidades menores.

Pela bondade do Dr. William Barry, um dentista local, e do superintendente das escolas públicas, fomos convidados a usar um dos prédios escolares em nossos estudos das crianças. As aulas de verão foram suspensas com instruções para que as crianças permanecessem de modo que pudéssemos tê-las para nosso estudo. Diversos fatores ficaram imediatamente aparentes. Os dentes estavam brilhando e limpos, dando evidência expressiva do empenho das instruções no uso de dentifrícios modernos para uma profilaxia oral eficiente. As gengivas pareciam melhores e os dentes mais bonitos devido aos restos e depósitos terem sido removidos. Certamente este clima maravilhoso, este ambiente magnífico, combinados com o melhor das descobertas da ciência profilática moderna deveriam fornecer uma imunidade de 100 % a cáries. Mas em um estudo das crianças de oito a quinze anos, 29,8 % dos dentes já haviam sido atacados por cáries. Nosso estudo de cada caso incluiu um exame cuidadoso da boca, fotos do rosto e dentes, amostras de saliva para análise química e um estudo do programa alimentar seguido por cada caso. Na maioria dos casos, a dieta era marcadamente moderna e as únicas crianças encontradas que não tinham cáries mostraram ser crianças que estavam comento as comidas naturais, pão de centeio integral e leite em abundância.

No capítulo 15, uma discussão detalhada das diferenças químicas nos componentes alimentares é apresentada para as regiões sujeitas a imunidade e para aquelas sujeitas a susceptibilidade.

Me foi dito por um antigo morador desta alta região do Engadin que em um dos vales isolados, há somente algumas décadas, as crianças ainda carregavam seus lanches para a escola na forma de centeio torrado levado seco em suas bolsas. Seus ancestrais haviam comido o cereal nesta forma seca por séculos.

St. Moritz é uma típica comunidade Alpina com um ambiente físico similar àqueles dos Cantões de Bern e de Valais. É, entretanto, abastecido com alimentos modernos, consistindo de uma abundância de produtos de farinha branca, marmeladas, compotas, vegetais enlatados, doces e frutas – todos os quais são transportados ao distrito. Somente uma oferta limitada de vegetais é cultivada localmente. Nós estudamos algumas crianças aqui cujos pais mantiveram seus métodos primitivos de seleção alimentar e, sem exceção, aqueles que eram imunes à cárie dentária estavam comendo alimentos distintamente diferentes daqueles com alta suscetibilidade à cárie dentária.

Poucos países do mundo tiveram oficiais tão incansáveis em seus esforços para estudar e tabelar a incidência da cárie dentária em várias localidades geográficas como tiveram os suíços. Na região que se estende para o norte e leste e próximo ao lago Constance, há um distrito importante onde é relatado que 100 % das pessoas sofrem de cáries. Em quase todas as outras partes da Suíça nas quais a população é grande, 95 a 98 % das pessoas sofrem de cáries. Dos dois distritos restantes, em um há de 90 a 95 % e no outro há de 85 a 90 % de suscetibilidade à cárie dentária. Já que no distrito na vizinhança do lago Constance a incidência de cáries é tão grande que é registrada como 100 %, pareceu especialmente desejável fazer um estudo crítico similar das crianças em fase de crescimento nessa comunidade, pela grande bondade do Dr. Hans Eggenberger, diretor de saúde pública deste distrito geral, nos foi dada tal oportunidade.

Foram feitos arranjos pelo Dr. Eggenberger para que grupos típicos de crianças, algumas em orfanatos, pudessem ser estudados. Ele se localiza em Herisau no Cantão de St. Gall. Nós encontramos projetos bem organizados para melhoria da saúde dessas crianças que incluía até tratamentos ao ar livre. Ar fresco e luz solar eram levados em conta. Como a cárie dentária é um grande problema e provavelmente nutricional, ela é tratada com luz solar. Ao grupo de garotos e ao grupo das garotas são dadas atividades atléticas adequadas por diretores habilmente treinados. Esses grupos se localizam em partes diferentes da cidade. Seus campos de recreação são gramados próximos a colinas arborizadas, que fornecem às crianças proteção e isolamento no qual brincar em seus trajes de banho e obter grandes apetites e então as preparar para seus alimentos institucionais os quais eram amplamente pertencentes a um cardápio moderno. Exames dentários críticos foram feitos e uma análise dos dados obtidos revelou que um quarto de todos os dentes desses garotos e garotas em crescimento já havia sido atacado por cáries e que somente 4 % das crianças haviam escapado do ataque da cárie dentária, cuja doença muitos deles tinham em uma forma grave.

No grupo de Herisau 25,5 % dos 2.065 dentes examinados haviam sido atacados por cáries e muitos dentes tinham abcessos. As fotos superiores na Fig. 4 são de duas garotas com típica cárie dentária rampante. A da esquerda tem dezesseis anos e muitos de seus dentes permanentes estão cariados até a linha da gengiva. Sua aparência está seriamente desfigurada, como também está a da garota à direita.

Outra mudança que é vista ao passar dos grupos isolados com seus desenvolvimentos faciais mais próximos do normal aos grupos dos vales mais baixos é a marcada irregularidade dos dentes com estreitamento das arcadas e de outras estruturas faciais. Na metade inferior da Fig. 4 podem ser vistos tais casos. Enquanto nos grupos isolados nem um único caso de alguém que respirasse pela boca foi encontrado, muitos eram vistos dentre as crianças do grupo das baixas planícies. As crianças estudadas iam de dez a dezesseis anos.


Figura 4. Nos distritos modernizados da Suíça, cárie dentária é rampante. A garota, em cima à esquerda, tem dezesseis anos e à direita é mais nova. Elas usam pão branco e doces abundantemente. As duas crianças embaixo têm arcadas dentárias muito mal formadas com dentes amontoados. Esta deformidade não é devido à hereditariedade.

Muitos indivíduos nos distritos modernizados portam em seus rostos cicatrizes que indicam que os abcessos de um dente infectado irrompeu à superfície externa, onde desenvolveu uma fístula com um tecido cicatrizado resultante, produzindo assim uma deformidade permanente.

Tão ruim quanto essas condições fossem, nos foi dito que elas eram melhores que a média da comunidade. A devastação da cárie dentária era marcadamente evidente à medida que entramos em contato com o público local e viajante. Assim como aconteceu em St. Moritz, encontramos ocasionalmente uma criança com dentes muito melhores do que a média. Geralmente a resposta não estava longe. Por exemplo, em um dos grupos em St. Moritz, em uma classe de dezesseis garotos, havia 158 cavidades ou uma média de 9,8 cavidades por pessoa (obturações são contadas como cavidades). No caso de três outras crianças no mesmo grupo havia somente três cavidades e um caso não tinha cárie dentária. Dois desses três comiam pão preto ou pão de grãos e um comia pão preto e mingau de aveia. Todos os três bebiam leite livremente.

Ao procurar pela fonte de laticínios aqui, pode-se impressionar pela ausência de vacas pastando nas planícies da Suíça, áreas nas quais uma grande porcentagem da população total reside. É verdade que frequentemente se vê grandes leiterias ou cremerias, mas as vacas não estão a vista. Ao perguntar a explicação para isto, descobri que uma quantidade maior de leite poderia ser obtida das vacas se elas fossem mantidas nos estábulos durante o período de alta produção. De fato, isto era uma necessidade na maioria dessas comunidades já que havia tão poucas cercas e durante a época de crescimento das colheitas, incluindo da forragem para uso no inverno, era necessário que as vacas permanecessem confinadas. Quase que o único período que as vacas eram permitidas sair às pastagens era no outono após as colheitas terem sido colhidas e enquanto o que sobrou era arado.

Dentre as crianças em St. Moritz e Herisau, os grupos com os menores números de cavidades por pessoa usavam leite mais ou menos livremente. Do número total de crianças examinadas nos dois lugares somente 11 % usavam leite em suas dietas, ao passo que 100 % das crianças dos outros distritos que tinham imunidade usavam leite. Quase toda criança em St. Moritz comia pão branco. Em Herisau, todas exceto uma das crianças examinadas comiam pão branco somente ou como parte principal.

Já que tanto gado era alimentado nos estábulos na parte densamente populada da Suíça e já que uma parcela tão pequena de crianças usavam leite mesmo que moderadamente, eu fiquei interessado em saber que uso era feito do leite. Numerosas placas de sinalização anunciando uma marca de chocolate ao leite adoçado feito nos vários distritos sugeria um uso. Este chocolate é um dos importantes produtos para exportação e como bebida constitui um item considerável na alimentação de uma grande quantidade de pessoas vivendo neste e em outros países. Ele é reconhecido como uma grande fonte de energia, principalmente por causa do açúcar e do chocolate os quais quando combinados com o leite reduzem enormemente as taxas de minerais em relação aos de energia expressa em calorias.

Foi primeiramente pensado que a cárie dentária, que eram tão frequente na maior parte da Suíça, fosse devido em parte ao baixo conteúdo de iodo na alimentação do gado e em outras comidas por causa de deficiência de iodo no solo. Grande quantidade de pessoas de antigas gerações sofreram de bócio clinico e várias formas de distúrbios da tireóide. Que esta não é a causa parece estar claramente demonstrado pelo fato que a cárie dentária é, aparentemente, tão extensa hoje quanto sempre foi, se não mais, enquanto que o problema do iodo já foi resolvido pelo reforço da dieta das crianças em crescimento e de outros em períodos de stress com o iodo em forma adequada. De fato, o trabalho pioneiro feito em Cleveland por Crile, Marine e Kimball era referenciado pelas autoridades médicas como sendo o precursor do controle de desordens da tireóide nessas comunidades.

Os oficiais da comunidade de Herisau estavam tão profundamente preocupados a respeito da preponderância da cárie dentária que eles estavam levando adiante programas comunitários e institucionais com a esperança de deter este tormento. Se as cáries fossem, primeiramente, o resultado de uma quantidade inadequada de vitamina D, então expor os pacientes à luz solar deveria fornecer um reforço adequado. Este era um dos principais propósitos para levar garotos e garotas da comunidade em trajes de banho para se bronzearem.

Outro procedimento que chamou minha atenção consistia em adicionar ao pão um produto rico em cal, obtido nas colinas do distrito. Este e outros tipos de pão foram estudados com análises químicas. Clinicamente, a cárie dentária não se reduziu.

Eu fiz um esforço para estabelecer uma clínica em uma cidade vizinha com o propósito de demonstrar com um grupo de crianças que as cáries podem ser controladas com um programa alimentar simples. Um acontecimento interessante aconteceu em relação à escolha das crianças para este grupo experimental. Quando foi pedido aos pais que permitissem que suas crianças tivessem uma refeição reforçada por dia, de acordo com um programa que se provou adequado com meus grupos clínicos em Cleveland, foi feita uma objeção de que não havia utilidade em tentar salvar os dentes das garotas. As garotas deveriam ter todos os seus dentes extraídos e dentes artificiais colocados antes que elas se casassem, porque se não o fizessem elas iriam perdê-los depois.

É de interesse que a parte sul da Suíça incluindo a nação dos altos Alpes é em grande parte granito. As colinas na parte norte da Suíça são em grande parte calcário originalmente. Um grande número de pessoas vive na planície entre essas duas formações geológicas, uma planície que é em grande parte formada por depósitos aluviais que foram levados pela água das formações mais altas. O solo é extremamente fértil e suportou uma população próspera e saudável no passado.

Quando eu perguntei a um oficial do governo quais eram as principais doenças da comunidade, ele disse que a mais séria e mais difundida era a cárie dentária e que a segunda mais importante era a tuberculose e que ambas eram na maior parte doenças modernas naquele país.

Quando eu visitei o famoso defensor da helioterapia, Dr. Rollier, em sua clínica em Leysin na Suíça, me maravilhei com os resultados notáveis que ele estava obtendo com a helioterapia em tuberculose não pulmonar. Eu perguntei a ele quantos pacientes ele tinha sob sua supervisão geral e ele disse que por volta de 3.500. Eu então perguntei quantos deles vieram dos vale alpinos isolados e ele disse que não havia nenhum, que eles eram praticamente todos das planícies suíças com alguns de outros países.

Eu questionei diversos clínicos na Suíça quais eram suas observações a respeito da associação entre cárie dentária e tuberculose dentre a população da Suíça. Notei que os relatos indicavam que as duas doenças estavam geralmente associadas. Nós iremos encontrar uma conclusão para isto em muitos estudos em outras partes do mundo.

Esses estudos na Suíça, como brevemente apresentados aqui, parecem demonstrar que os grupos isolados dependentes de alimentos naturais produzidos localmente têm uma imunidade natural quase completa à cárie dentária e que a substituição pela dieta moderna desses alimentos naturais primitivos destrói essa imunidade seja em distritos elevados perfeitamente localizados como St. Moritz ou nas planícies belas e férteis da baixa Suíça. A questão parece se responder sozinha de modo geral, sem muito dado de laboratório, a partir dos resultados de um exame crítico dos alimentos. As análises de laboratório, entretanto, identificam os fatores particulares nos alimentos que são primariamente responsáveis, devido a sua presença, por estabelecer imunidade e, pela sua ausência, por induzir suscetibilidade à cárie dentária. Esses dados químicos são discutidos no capítulo 15.

Alta imunidade à cárie dentária, ficar livre de deformidades das arcadas dentárias e do rosto e o físico vigoroso com alta imunidade a doenças foram todos encontrados associados com isolamento físico e com limitação forçada na escolha de alimentos. Isto resultou em um uso livre de laticínios e pão de centeio integral, juntamente com plantas comestíveis e com carne servida aproximadamente uma vez por semana.

Descobriu-se que os indivíduos nos distritos modernizados tinham cáries abundantes. Muitos tinham deformidades no rosto e nas arcadas dentárias e muita suscetibilidade a doenças. Estas condições foram associadas com o uso de farinhas de grão refinado, uma alta ingestão de doces, bens enlatados, frutas adoçadas, chocolate e um uso muito reduzido de laticínios.

Esta entrada foi publicada em Nutrição e Degeneração Física.

mercredi 1 février 2012

Os Pontos Maravilhosos da Mão



A acupuntura e a acupressura têm sido usadas como uma forma de tratamento em muitas pessoas mais do que qualquer outra forma de terapia na história da humanidade. Não é de admirar que a acupuntura tenha sobrevivido através dos tempos quando consideramos seus resultados positivos alcançados.

Desde 1958 quando a acupuntura foi pela primeira vez introduzida no Brasil, lentamente ela foi sendo aceita, primeiro pelos profissionais “alternativos” que a disseminaram por todo o pais, A aceitação pública foi muito grande e alguns profissionais da área da saúde como médicos, fisioterapeutas, biomédicos, dentistas, etc., começaram a fazer cursos, com estes leigos alternativos, desta fascinante arte chinesa de curar. O número destes profissionais tem aumentado a tal ponto que atualmente existe vários movimentos transformando a acupuntura em uma especialidade de várias profissões. Infelizmente, estas mesmas profissões foram as que exerceram pressões para desacreditar esta prática, classificando-a ora como não científica, ora como charlatanismo, tendo motivado mesmo a prisão de vários de seus praticantes. Contudo a população em geral recebia entusiasticamente esta arte de curar que assim prosperou através daqueles que realmente sabem aplicar a acupuntura dentro dos preceitos da MTC (Medicina Tradicional Chinesa).

Enquanto esta discussão se mantém, a acupuntura tem sido compreendida como um. princípio e não como ciência aplicada, assim prosperou a divulgação e aplicação de suas técnicas conservativas e não invasivas.

As técnicas não invasivas mais populares e aquelas que têm mostrado um extraordinário sucesso são: teishin (que consiste numa pressão sem a utilização de agulhas, podendo ser com madeira ou outro objeto não perfurante), Shiatsu (aplicação de pressão com os dedos das mãos) e Do-in (auto aplicação com os dedos das mãos nos pontos de pressão). Entretanto, na verdadeira acupuntura clínica, esses processos são internacionalmente aceitos como prática de acupuntura. Portanto, o terapeuta que utiliza essas técnicas, pode usar os princípios da acupuntura em sua prática diária e esperar os mesmos resultados surpreendentes que tornou famosa esta antiga arte chinesa de curar com agulhas.

A arte da acupuntura trata com mais de 1000 pontos específicos no corpo humano, sendo que os acupunturistas podem utilizar de uns poucos até 70 ou mais pontos na prática diária. Os pontos da acupuntura estão localizados dentro de meridianos, podendo destacar-se os seguintes pontos: tronco, orelha, cabeça, pés, nariz e mão. Cada meridiano do corpo contém pontos de acupuntura que foram descritos como "Pontos Maravilhosos" por causa de seu efeito energético quando ativados.

Durante minha primeira viagem a Índia, quando fazia meu estágio em magnetoterapia, tive a sorte de ter como colega um acupunturista chinês que me deu a primeira orientação para o sistema de pontos maravilhosos apresentado como "a acupuntura na mão”. Como este não era o objetivo do curso que fazíamos na ocasião, tomei nota do que foi apresentado e arquivei para posterior consulta quando da minha volta ao Brasil.

Muitos meses se passaram antes que eu começasse a considerar o propósito da acupuntura na mão. Depois de tudo, isto poderia não ser tão bom - era muito fácil. O simples fato da questão é que os 30 pontos da mão são os que eu me refiro ao sistema "deste para aquele". Em outras palavras, se o paciente se queixa "deste" sintoma, nós usamos "aquele" ponto. Fazendo experiências com esses pontos, descobri, para meu espanto, que de fato eles eram tudo o que o meu colega chinês havia dito que seriam. Não demorei muito em usar esse sistema quando necessitava de resultados rápidos e cada vez que aplicava em um paciente, raramente me enganava.

Testemunhei, assim centenas de efeitos atribuídos exclusivamente a esses pontos específicos e igualmente tenho ouvido de colegas terapeutas, acupunturistas ou não, de várias partes do mundo.

Um dos efeitos mais impressionante que presenciei foi durante, um seminário, por mim conduzido, sobre problemas cervicais na cidade do Rio de Janeiro. Um médico que anteriormente não acreditava na acupuntura, porem estava buscando neste seminário de quiropraxia algum recurso para seu problema, declarou frente a outros 60 ouvintes (onde mais de 50% eram médicos), que sofria de uma dor de cabeça occipital a muito tempo - resistente a qualquer técnica e procedimento que havia tentado durante os últimos dois anos. Depois que apliquei as técnicas cervicais e alguns procedimentos da terapia bio-cranial, relatou apenas um certo alívio (o que para ele já era mais do que tinha obtido até então). No dia seguinte, sugeri uma simples pressão sobre o ponto occipício localizado no dedo mínimo - e para nossa surpresa a dor, até então presente, foi completamente aliviada.

Admito ser muito confiante no que diz respeito a esses pontos de acupuntura nas mãos, contudo, minhas experiências justificam meu entusiasmo.

A grande questão é: Esses pontos da mão não fazem nenhum sentido racional, científico, anatômico ou neurológico. Como então eles funcionam?

Existem tantas teorias para explicar como a acupuntura age no corpo humano quanto o número de pontos específicos. Ainda que uma grande parte da pesquisa esteja atualmente sendo conduzida sobre os mecanismos da acupuntura e obviamente cada vez mais próximos de uma explicação, a resposta ainda persiste: "Não sabemos".

Não deixe, porém, que a falta de uma explicação impeça você de desfrutar dos incríveis resultados desses pontos específicos.

Obviamente estes pontos não representam “tratamento”, porém são excelentes para se aliviar quadros agudos ou desconfortos permanentes enquanto se pesquisa a causa e o tratamento mais adequado para o caso.

Os pontos maravilhosos da mão são extremamente fáceis de serem aprendidos e usados. Eles estão a sua disposição 24 horas por dia e não é necessário usar nenhum equipamento especial. Um simples estímulo com a ponta do dedo ou de uma caneta, produzirá um efeito energético positivo.

ALGUMAS REGRAS

1. Não use agulhas já que esses pontos exigem um pequeno estímulo. O método ideal de estimulação é o teishin ( pressão sem utilização de agulhas) ou o laser. Caso nenhum desses estejam a sua disposição, você pode usar qualquer objeto impenetrável que ative o ponto. Com uma profunda pressão, estimule o ponto de 20 a 30 segundos.

2. Obedeça a lei dos efeitos colaterais. Se uma pessoa tem um problema no ombro direito, utilize o ponto do ombro da mão esquerda.

3. Use o bom senso ao escolher os pontos. Se a pessoa sofre de uma dor de cabeça occipital, há pouca necessidade de se estimular o ponto frontal; entretanto pode-se escolher tanto os pontos da "cabeça em sua totalidade" quanto o "ponto occipício".

4. Não esqueça que esses pontos realmente existem. Eles estão aguardando sua ação para funcionarem.

5. Tome cuidado quando estimular o ponto escolhido. Certifique-se que esteja usando o ponto correto. Uma aplicação incorreta não produzirá efeito e você ou seu paciente ficarão frustados.

6. Seja paciente. Ás vezes são necessárias muitas aplicações, mas a maioria delas surte efeito imediato.

7. Instrua o paciente a estimular os pontos em casa. Isso é muito importante quando o paciente está em férias ou em tratamento até que seja marcada uma nova aplicação.

9. Não se decepcione com o pequeno número de pacientes cujos pontos não surtam efeito, mas fique satisfeito com a maioria daqueles nos quais tenham sucesso.

9. Não culpe o mensageiro pela mensagem, simplesmente porque esses pontos sejam tão simples e tão eficientes, não os despreze.


M.Matheus de Souza DC. DM.

São Paulo - maio de 1998.


OS PONTOS DE EFEITOS ESPECIAIS DA MÃO

FIG. A VISTA DORSAL

1. DOR NASAL

2.CABEÇA TOTAL

3.HEMORRAGIA NASAL

4.OLHO

5.QUADRIL

6.PERNA

7.OMBRO

8.PESCOÇO

9. INSÔNIA

10.GARGANTA

11.NERVO CIÁTICO

12.COLUNA VERTEBRAL

13.FRONTE

14.PARTE SUPERIOR DA CABEÇA

15.PARTE LATERAL DA CABEÇA

16.PERÍNEO

17.OCCIPÍCIO


FIG. B VISTA PALMAR

18.CALCANHAR

19.GRIPE

20.GASTRO INTESTINAL

21.TORNOZELO/TORAX

22.PALPITAÇÃO

23.POLIHIDROSE

24.HISTERIA

25.DOR DE DENTES

26.TOSSE

27.TORNOZELO/TORAX

28. ENURESIA

29. ÚLCERA ORAL

30.ENURESIA


Artigo publicado na revista Conhecimento

Edição de junho/1998

Fonte: quiropraxia.com.br